sábado, 30 de abril de 2016

32 dias de viagem – Biblioteca Pública de Salt Lake City


30 de abril de 2016. Um mês e dois dias longe de casa, longe de meus amores. Sinto muita falta de minha família, e em muitos momentos queria que eles estivessem aqui para aprendermos a ver juntos. Viver aqui junto de Silvye, David, Daniel e Charlie tem sido uma grande experiência. A maneira de como eles levam a vida é muito diferente da minha. Vivo no Brasil em uma cidade barulhenta, com muito trânsito, muitas pessoas caminhando pela rua, muita insegurança, muito calor. Não tenho jardim ou horta para cuidar, meu apartamento em São Paulo é bem iluminado, tem muitas janelas e minha vista de um dos lados são de prédios e casas e do outro mais prédios e casas, mas consigo ver ao longe a Serra da Cantareira. Aqui, a casa é rodeada por um lindo jardim, da janela do meu quarto posso acompanhar o crescimento da horta e ver a neve derretendo nas montanhas rochosas do Leste. Escuto o canto dos passarinhos e de vez em quando o barulho dos carros que passam pela rua. Nunca escuto uma buzina. As pessoas não andam pelas ruas, todos andam de carro, mas andar pela rua é seguro e muitas vezes solitário. O transporte público é bem precário. Existe uma linha de metrô de superfície e poucos ônibus e taxis. Aqui é preciso ter carro. A cidade é espalhada, possui 1.124.197 habitantes (2011) com área total de 285,9 km². Já a cidade de São Paulo possui 11.967.825 habitantes (2011) com uma área total de 1.523 km² e estamos lutando para que o transporte público seja melhor e mais abrangente e que poucos utilizem o carro.
Para ir para minha escola de inglês todos os dias Silvye me dá uma carona até lá. Entro às 8:20 e saio às 15:00 horas. Quando acaba minhas aulas vou me encontrar com Silvye na casa de Anika ou marco em algum outro lugar da cidade. Essa semana marquei dela me pegar na Biblioteca Central que já havíamos visitado em outra ocasião.
Na Horizonte, minha escola de inglês, eles fazem algumas palestras para incentivar o crescimento educacional de seus alunos. Em uma dessas palestras uma representante da Biblioteca Central, The Main Library foi até a escola para apresentar seus programas e as vantagens de se associar à Biblioteca. Com o cartão da biblioteca você pode usar em qualquer uma das bibliotecas da cidade espalhadas pelos bairros para pegar emprestado: livros, músicas, DVDs, Áudio-livros, revistas, CD-Roms, Kits para clubes de leituras e mais.
Eles possuem uma Biblioteca Digital que está disponível 24 horas e oferece as mesmas coisas que a Biblioteca Pública de Salt Lake City sendo que os artigos estão em formato para download ou no formato streaming e pode pegar emprestado a qualquer momento, onde você estiver.
É possível baixar livros e áudio-livros eletrônicos para ler ou escutar em seu computador pessoal, ou tablete ou outro dispositivo móvel. As revistas estão disponíveis em formato Zinio, e é possível baixar até cinco músicas grátis por semana do catálogo da Sony Music. A Biblioteca possui filmes independentes pelo IndieFlix e Over Drive.
Para quem quer melhorar seu Inglês ou aprender outra língua no terceiro piso da Biblioteca Central sempre tem alguém disponível, simpático e paciente para te ajudar a encontrar o que precisa. Na Biblioteca digital é possível encontrar programas que ajudam a estudar outra língua como o Mango, Pronunciator e Muzzy.
Além disso, na Biblioteca Digital é possível ter acesso total ao Lynda.com, que é uma videoteca de treinamento sobre quase todos os softwares imaginados, programas de desenho e pós-produção de vídeos, edição de vídeo, e muito mais.
A quantidade de produtos oferecidos pelo Sistema de Biblioteca de Salt Lake City é enorme, mas o que mais me chamou a atenção é que eles visitam as escolas para apresentar a biblioteca, explicar o que ela faz, incentiva as pessoas a procurarem seus serviços e explicam com detalhes como fazer para ter um cartão da biblioteca. Ao chegar lá, logo na recepção você é muito bem recebido, e ao explicar que não tem fluência na língua a pessoa faz de tudo para te ajudar, falando com calma e algumas vezes em espanhol. É na recepção que você faz o seu cartão e já sai com ele pronto para ser usado.
No terceiro andar fui atendida por um rapaz que me ajudou a encontrar o que eu queria, e me ensinou a usar o programa de treinamento da língua inglesa no meu computador pessoal e no meu celular. Sempre, com muita simpatia e dedicação e ainda disse que caso precisasse de mais auxílio que poderia ligar ou voltar lá sanar as dúvidas.
No quarto andar fui à procura de um livro de Arteterapia, a pessoa que me atendeu pediu desculpas, pois, o único livro que havia não estava disponível e disse que poderia acessar ao livro na biblioteca digital.
A Biblioteca Central tem disponível computadores com acesso à internet e é muito usada pelos homeless que vivem por lá. Eles ficam sentados nas poltronas lendo algum livro, revista, e alguns acessando o celular via wi-fi que é aberto. Muitos aproveitam os computadores jogar, ou ver filmes. Alguns deles se reúnem nos sofás e poltronas para conversar. Na área externa é possível encontrar muitos deles tomando sol no anfiteatro aberto bem perto da porta de entrada. Estão sempre carregando suas sacolas, os carrinhos de supermercado não entram.

A Biblioteca foi construída em 2003 pelo Safdie Architects. Ela fica atrás do prédio da prefeitura e ao lado do Museu Leonardo, que é um centro cultural de ciências e arte visuais, mas que ainda não tive a oportunidade de conhecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário