Dia 1 de abril.
Logo pela manhã, David me convida para sair para observar os
alces. Silvye e Charlie, o cão, ficam na cabana dormindo no quentinho. David está
animado para me mostrar a manada de alces. Seu olhar vai percorrendo as
montanhas e por vezes ele para com um grande sorriso no rosto, saca o seu binóculo
e me mostra o local que devo observar. Serei sincera, demorou para entender o
que eu devia ver. Lembrei-me do texto de Eduardo Galeano, que podemos encontrar
no Livro dos Abraços:
"Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff,
levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o sul. Ele, o mar, estava do
outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram
aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de
seus olhos. E foi tanta imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino
ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo,
gaguejando, pediu ao pai: me ajuda a olhar!"
Divertido, David me ensinou a descobrir os alces caminhando
e comendo calmamente no alto das montanhas. A princípio, não sabia o que
procurar, enxergava pedras. As pedras têm uma coloração ocre e marrom e os
arbustos também, assim como os alces e veados.Verde seco, ocres e marrons se
misturam na paisagem do início da primavera. De repente, o cérebro aprende a
olhar e a decifrar as coisas que estava vendo e...nossa, lá estão eles, dezenas
de animais pastando no alto das montanhas. Incrível, aprendi a ver alces e
depois disso veados. Procure pontos
brancos no meio das montanhas, ensinou David. Esses pontos brancos são os
traseiros dos veados. Como num passe de mágica começava a ver o bicho correndo,
pulando entre a vegetação.
Voltamos para casa contornando o lago de Scofield
ainda com grande parte congelado. Patos selvagens nadam e voam pelo lago. É tudo maravilhosamente
belo. David quer voltar mais tarde, quando estiver mais quente para pescar
truta para nosso jantar. Quando mais tarde voltamos para o lago, Silvye e
Charlie nos acompanham. O lago ainda está muito congelado e vamos até o rio. Eu
na minha moleza e deslumbramento da paisagem caminho a passos lentos. Silvye me
acompanha me mostrando e explicando as plantas, mostrando as construções dos
diques dos castores e colocando as nossas vidas em dia. David vai na frente
dando as ordens, que não escutamos, e mostrando o caminho. Charlie, está feliz,
corre até David e volta correndo para nos encontrar. Não para um segundo. Chegamos
no rio sentamos na pedra e David já está para lá e para cá procurando os
peixes. Senta desanimado: no fish.
Voltamos para o lago. Sentamos em uma pedra e David vai
tentar salvar nosso jantar. Levamos uma garrafa de vinho e ficamos observando o
velho cowboy tentando pescar.
No fish.
Em compensação achou um monte de patos de armadilha para atrair os patos selvagens para o
lago. Levamos os patos para a cabana. Eles ficaram ornamentando o jardim.
Nosso jantar?
Panquecas
.
Que Belen's Ana Carmen!!
ResponderExcluirEstá gostando? O lugar é lindo Silvana.
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