quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Zentangles e Encáustica no Ateliê



Os criadores dos Zentangles são os americanos Rick Roberts e Maria Thoas. Os Zentagles são uma combinação da arte desenvolvida por Maria e da meditação de Rick. Quando Rick observava Maria em seu trabalho, notou que ela entrava em um alto nível de concentração. Percebeu que Maria experimentava o mesmo tipo de experiência que é possível de se obter por meio da meditação. Juntos criaram uma série de exercícios que proporcionam a qualquer pessoa entrarem em um estado de concentração e relaxamento enquanto criam bonitas imagens usando padronagens repetitivas. Ao encontrar essa técnica iniciei o desenvolvimento desses exercícios e notei que eles têm a capacidade de nos centrar, nos acalmar e nos oferecer grande concentração que potencializa o lado criativo do cérebro. Fiz muitos estudos, li alguns livros e incentivei alguns amigos a desenvolverem essas habilidades de desenho onde encontramos nosso espaço sagrado, nosso foco de relaxamento.
Agora, no Ana Carmen Ateliê de Artes estamos desenvolvendo encontros com essa técnica, junto com a encáustica. São momentos de muito prazer, relaxamento e auto descobrimento. Vejam um pouco de nossas experiências.
Trabalhos desenvolvidos por Zaíra Abreu

sábado, 23 de novembro de 2013

Encáustica I com Giancarlo

Passo a passo das explorações


Preparação do suporte.
Primeiras camadas de éncáustica
Fusão  


Criando superfícies lisas com encáustica pigmentada


Encáustica sobre madeira . Pintura chapada

Experimentando textura
Trabalhos com pintura chapada e com textura

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ana Carmen Nogueira - Ateliê de Artes: Invenções

Ana Carmen Nogueira - Ateliê de Artes: Invenções: Arte: Zaira Abreu Postado por Empreendedorismo Rosa em: 22/11/2013 às 6:00 Qual a diferença entre inventar e mentir? Perguntou Ped...

Invenções


Postado por Empreendedorismo Rosa em: 22/11/2013 às 6:00

Qual a diferença entre inventar e mentir? Perguntou Pedro Cezar a Manoel de Barros em seu curta “Só dez por cento é mentira” (2008) – Para o poeta Manoel de Barros mentira é algo que você diz que fez, mas que realmente não fez. Já invenção é algo que serve para aumentar o mundo.
Não é lindo pensar nisso? Quando estamos inventando, estamos aumentando o mundo, oferecendo novas possibilidades. Quando inventamos tomamos posse do objeto inventado.
O que é isso? Pergunta assustado o observador.
É um mundo que acabei de inventar. Responde o arteiro sorrindo.
Então é isso. A invenção vem carregada de imaginação criadora, liberdade e também uma grande responsabilidade por aquilo que se cria. É algo que sai de dentro de nós, de nossos pensamentos, sonhos e emoções. Libertadora e assustadora.
Eu fiz isso? Fiz com minhas próprias mãos, com meus próprios pensamentos, com minhas ideias simples? Fiz nascer uma poesia, uma música, uma cor, um sonho, um sussurro. Pulei o muro e surgiu um mundo novo. Sai da caverna e deixei de olhar o mundo de sombras para um mundo de possibilidades.
Então, fico aqui em meu ateliê pensando em como apresentar as coisas que invento e que gostaria que outros viessem inventar comigo.
Outro dia, vi o sol nascer nos olhos de Zaíra. Ela é dentista, diz que não sabe desenhar e que não tem habilidade para criar. Zaira frequenta o meu ateliê e em uma de nossas explorações, ao encher a folha de papel com bolinhas foi inventando novos espaços, criando desenhos incríveis. Ela inventava espaços e aumentava seu mundo e ao verificar o que havia feito seu olhar se iluminou. Poetizou.
Como estou empreendendo algo, me vejo aqui refletindo sobre um plano de negócio do ateliê, pois é nisso que trabalho todos os dias. Resolvi tentar responder às perguntas que se faz para montar um belo plano. Por que isso? Primeiro, porque acredito na arte como fonte poderosa de transformação e conhecimento do mundo. Segundo, porque estou inventando algo para ajudar a aumentar o mundo de outras pessoas e o meu também. Adoro o trabalho de transformar, de “transver” o mundo junto com outras pessoas. Ao aumentar o nosso mundo conseguimos nos conhecer melhor e criamos novas soluções para problemas que encontramos e muitas vezes a criamos novos problemas ou desafios
O que estou vendendo?
Possibilidades de invenção de mundo. Inventar algo é um desafio às possibilidades. Desafio ao uso de materiais, formas, espaço e pensamentos.
Quem vai comprar?
Todos aqueles que querem reinventar o mundo.
Como sua ideia irá ajudar as pessoas? Acredito que as pessoas, ao perceberem que são capazes de um novo olhar, podem oferecer novos significados sobre as coisas e assim descobrir mundos que estavam invisíveis. A descoberta de novos mundos internos e externos nos humaniza. Descobrir sua própria fonte é primordial para inventar algo que ainda ninguém viu.
Para que serve esse mergulho dentro do ateliê de artes?
Serve para dar encantamento à vida.
Vamos inventar?
O olho vê,
a lembrança revê,
e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo.
Manoel de Barros
Ana Carmen Nogueira, Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie. Graduação em Artes Plásticas. Especialista em Educação Especial com aprofundamento na área de deficiência visual e Arteterapia. Consultora do Curso Fazendo Arte na Escola Inclusiva do Programa de Educação Inclusiva (PEI) – Osasco da OSIP Mais Diferenças. Desenvolve pesquisa de pintura encáustica, ministra cursos desta técnica e atua como Arteterapeuta no Ana Carmen Nogueira Ateliê de Artes





segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Não é preciso ter olhos para ter uma visão

Fonte de Imagem: Recorte do painel tátil - Arquivo da autora

Costumamos encarar a deficiência como uma insuficiência, uma carência de algo que não pode ser restabelecido, o não-ver pode vir a significar para muitos o fracasso nas relações humanas e no desenvolvimento profissional e intelectual.
Fonte de Imagem: Recorte do painel tátil - Arquivo da autora
Recentemente tive a oportunidade de assistir a uma palestra da irlandesa Caroline Casey, empreendedora social que traz a mensagem que devemos acreditar em nós mesmos e que todos têm habilidades a serem desenvolvidas e valorizadas.
Quando Caroline Casey subiu ao palco e iniciou sua apresentação no 3º Fórum Momento Mulher no Hotel Unique, no último dia 07 de outubro de 2013, ela dominou a plateia que se assombrou com a vibração e a força daquela mulher cega que afirmava que não era preciso ter olhos para ter uma visão e mostrou a importância de se ter um olhar para além da deficiência, como pessoas com potenciais plenos de direito.
Sua fala me fez lembrar meu trabalho no ateliê de artes para pessoas com deficiência visual, e de como é espantoso para muitos o trabalho com artes para esse grupo de pessoas. Pessoas cegas fazendo arte?Sim fazendo arte, entendendo arte, multiplicando saberes, e mais que tudo acreditando, se descobrindo e compreendendo mais o mundo.
No último dia 15 de outubro, ofereci uma oficina de artes táteis na OSIP Mais Diferenças que trabalha Educação e Cultura Inclusivas. Entre os participantes havia um rapaz que ficara cego há sete anos. Antes disso ele atuava como grafiteiro, depois da perda da visão não havia mais trabalhado com artes. Chegou acompanhado de uma amiga, foi tateando os trabalhos, percebendo o que estava acontecendo. Sentou-se em uma cadeira pegou um pedaço de arame e moldou a metade de uma face. A outra metade fez com jornal. Juntos, fomos montando de acordo com suas orientações. Com o trabalho pronto um largo sorriso surgiu junto com um grande suspiro de desabafo que parecia dizer – estou de volta.
Assim como Caroline Casey, o rapaz grafiteiro, ambos carregam a força da superação e potência para a transformação de toda a sociedade. Pessoas com deficiência nos ensinam eficiência, nos ensinam a ver o mundo por outras perspectivas. Elas nos ensinam a sermos melhores.
Vygotski (1997) afirmava que o que torna uma pessoa cega ou com baixa visão, deficiente, é sua exclusão da sociedade, do mundo cultural, do convívio com os outros.
Acredito no papel da arte como força inventiva e criadora a ser explorada por todos os sentidos. Acredito que a experiência artística possa proporcionar maior abertura para o mundo para as possibilidades que se apresentam e tem a capacidade de ampliar as relações sociais. Mas, além disso, acredito no potencial humano e que cada pessoa individualmente é uma esperança.
Ana Carmen Nogueira Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie. Graduação em Artes Plásticas. Especialista em Educação Especial com aprofundamento na área de deficiência visual e Arteterapia. Consultora do Curso Fazendo Arte na Escola Inclusiva do Programa de Educação Inclusiva (PEI) – Osasco da OSIP Mais Diferenças. Desenvolve pesquisa de pintura encáustica, ministra cursos desta técnica e atua como Arteterapeuta no Ana Carmen Nogueira Ateliê de Artes.