sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Consertam-se cadeiras



Ontem à noite, Bruna, minha sobrinha querida, me enviou uma mensagem com uma imagem. A imagem era de uma cadeira com assento e encosto de palhinha toda rasgada. Estilo Luís Felipe (procurei na internet).  Foi achada no lixo e ela se apaixonou pela cadeira, acreditou que esta devia ser restaurada, reintegrada, que merecia uma chance de uma nova vida.
“Será que o Dado se anima a arrumar essa cadeira para nós? Ele troca a palhinha e nós lixamos e envernizamos. ”
Foi montada uma força tarefa para recuperar a cadeira.
No mundo em que estamos vivendo muitos podem dizer - Vale a pena? Você pode ir em loja de móveis e comprar uma novinha. Deixa ela para lá. Vai dar muito trabalho. Muito esforço, muito tempo. Tempo que podia estar fazendo...? Ah, é muita dedicação. Imagina como deve estar essa cadeira encontrada no lixo. Suja, feia, maltratada.
Vale a pena sim.
Primeiro pela descoberta e o olhar atento que fez tornar visível a cadeira invisível que morria no lixo.
Segundo pela proposta de compartilhar – saberes, conhecimentos, momentos.
Terceiro por dar uma segunda chance a algo e para isso não mediu esforços de recrutar ajuda de outros.
Quarto, quinto, sexto, sétimo pelo prazer do fazer, de se esforçar e superar obstáculos.

Então, queridos amigos, aqui em casa consertamos cadeiras pelo amor do encontro, da amizade e dos sorrisos e acima de tudo pela paixão do fazer, refazer e restaurar.

Ana Carmen Nogueira, Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie. Graduação em Artes Plásticas. Especialista em Educação Especial com aprofundamento na área de deficiência visual e Arteterapia. Desenvolve pesquisa de pintura encáustica, ministra cursos desta técnica e atua como Arteterapeuta no Ana Carmen Nogueira Ateliê de Artes