quinta-feira, 22 de maio de 2014

O quadrado.







Livro em espiral formato 15 x 15 cm, 26 páginas. Texto em braille e tinta com ilustrações táteis. Ana Carmen Nogueira. AC Pequenas Edições.
A imagem apresenta a capa o livro infantil "O quadrado". A esquerda da imagem está a espiral branca. A capa é vermelha tendo uma abertura central na forma de um quadrado de 7,5 x 7,5 cm. Por esta abertura é possível ver a página branca interna e no centro dela está escrito "O quadrado" em tinta e braille.
O livro apresenta a história do quadrado, sua direções e diferentes contato com o mundo. Convida a todos a explorar e pensar sobre essa figura tão elementar que faz parte de nosso dia-a-dia. Apresenta ilustrações táteis para que todos possam usufruir de sua forma. Um convite á exploração.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Dayse: Uma grande mulher

Postado por Empreendedorismo Rosa em: 15/05/2014 às 6:00
Por Ana Carmen Nogueira
Minha mãe era filha de fazendeiros do interior de São Paulo. Carregava com ela toda herança e o orgulho de ser do sertão do Estado. Cresceu em Colina, pequena cidade que fica no norte do Estado de São Paulo. Seus pais tiveram 16 filhos e criaram 11. Mamãe era da turma das mais novas. Meu avô adorava sair para caçar e ficava dias fora de casa nesta empreitada. Fazia berrantes maravilhosos com o osso do chifre de boi. Herdei dele pequenas cestas que guardo com muito orgulho. Os berrantes, infelizmente, nunca vi.
Minha avó nasceu em Rezende (RJ) e veio para o interior de São Paulo com os irmãos mais velhos com quem morava. Seus pais morreram quando ela era muito jovem. Conheceu meu avô na região de Barretos e se casaram. Vovó tinha muito dengo com seus filhos, quando eram bebês sempre cuidava de colocar um lençol só deles em cima da cama. Para que alguém pegasse seu bebê era preciso lavar as mãos e colocar uma fralda limpa cobrindo o peito para que a criança não tivesse contato com a roupa que vinha da rua.
Fonte da imagem: arquivo pessoal

Quando um dos filhos foi chamado para lutar na Segunda Guerra Mundial, vovó quase morreu. Os filhos brincavam que ele era a sua água de cheiro, o seu queridinho. A filha mais velha morreu com 16 anos de gripe espanhola. Minha mãe era gêmea de um menino chamado Gabriel. Ele era muito mais forte e esperto que mamãe. Aos dois anos de idade corria pelo terreiro atrás das galinhas, enquanto minha mãe ainda tentava caminhar com mais desenvoltura. Gabriel morreu de desidratação. Naquele tempo era assim. Depois de alguns anos, vovô resolveu vender a fazenda para um parente. Mamãe devia ter uns 16 anos quando se mudou para a cidade de São Paulo com a família. As irmãs mais velhas já estavam casadas, cuidavam das mais jovens quase como filhas. As mais novas andavam sempre juntas, Zelda, Dayse e Noilda. Inseparáveis a vida inteira. Casou-se com meu pai aos 28 anos de idade. Papai era grande amigo do marido de uma de suas irmãs mais velhas. Viveram juntos até a morte de papai em 1992.
Mamãe amava sua família, suas raízes e seus frutos, filhos, netos e bisnetos. Amava os sobrinhos com grande preferência para com as sobrinhas. Defendia com unhas e dentes seus queridos e esses eram muitos.
Minha mãe me deixou histórias. Muitas histórias. Às vezes repetia as histórias e eu ficava sem paciência, mas hoje sei que as guardei de tanto as escutar. Essa é minha herança, a história oral de minha família. Acredito que as histórias vão me compondo. Ecos do passado se juntam ao meu presente e vão construindo o meu futuro. Sou o que sou porque ganhei de presente as histórias de meus pais e mais intensamente de minha mãe. Mulheres sempre conversam. Mulheres são as transmissoras das tradições orais. Tradições essas transmitidas em forma de relato, em conversas e confidências entre mães e filhas. Este é o meu legado: transmitir nossa história para compor novas histórias. Ricas histórias que são recriações de mundos. Histórias de mulheres, minha herança, minha força e orgulho, minha raiz.
Mamãe e eu entramos em choque quase que a vida inteira. Houve momentos que nos afastamos, mas eu consegui perceber a tempo o quanto essa mulher era importante para mim. Aprendi a perdoar, aprendi a amar, aprendi a agradecer. Nos reencontramos, nos enxergamos e nos reconhecemos.
Ainda agora ao escrever esse recorte das suas histórias, escuto sua fala e sinto saudades do seu amor. No sarau de Natal de 2000 cada um tinha que dar de presente uma poesia. Minha mãe me surpreendeu ao declamar Era e… não era! Do livro Saudade de Tales de Andrade. Foi lindo.
Era e… não era!
Imaginem vanceis;
Eu andava viajan’o
Andava corren’o mundo;
Mas um dia…
Poesia completa no site: http://www.portoportal.com.br/materias/saudade.htm

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O quadrado. Livro inclusivo

Livro em espiral formato 15 x 15 cm,  26 páginas. Texto em braille e tinta com ilustrações táteis.  Ana Carmen Nogueira. AC Pequenas Edições.
A imagem apresenta a capa o livro infantil "O quadrado". A esquerda da imagem está a espiral branca. A capa é vermelha tendo uma abertura central na forma de um quadrado de 7,5 x 7,5 cm. Por esta abertura é possível ver a página branca interna e no centro dela está escrito "O quadrado" em tinta e braille.

sábado, 10 de maio de 2014

Trailer Book 'O quadrado'

Produtos para pintura encáustica

Encáutica pigmentada e Encáustica básica
Encáustica
Produto artesanal feito com cera de abelha pura filtrada, resina damar, cera de carnaúba e uma pitada de parafina.
Instruções de Pedido:
Você pode comprar o seus produtos por email. Em seu pedido inclua seu número de telefone e endereço para correspondência para que possamos calcular o frete e enviarei uma cotação. O pagamento deverá ser feito por depósito bancário.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Curso de Encáustica - Giancarlo

Giancarlo em aula de encáustica dia 02 de maio 2014.
Encáustica sobre madeira e Colagem com papel de revista. 13 X 13 cm
Encáustica sobre madeira e Transfer de imagem arquivo pessoal Giancarlo. 13 x 13 cm



















sábado, 3 de maio de 2014

Infinitos

Por Ana Carmen Nogueira
Algumas pessoas possuem e constroem histórias de vida que me encantam. Desde muito pequena adoro encantos, contos de fadas, fábulas, histórias, segredos. Caminho pelas ruas olhando janelas, observando fiapos de coisas dentro dos apartamentos e imagino histórias. Prefiro olhar os ambientes solitários que me dão a ideia de presença. Presenças encantam. Algumas pessoas conseguem construir locais com mais presença do que outras e esses espaços contam histórias que não são escutadas, mas sentidas. Histórias que penetram em nossa pele e invadem nossa mente, quando você se dá conta está completamente encantada.
Espaços de artistas são assim, locais de encantamento. São olhares diferentes sobre o cotidiano que é guardado em pequenos espaços. Alguns artistas recortam, colam, costuram coisas que deixamos de lado em nossas casas. Essas transformações do objeto cotidiano em uma expressão nos faz perguntar “como é que eu nunca havia pensado nisso?”. Algumas vezes sorrimos para dentro, outras temos que tocar ou cheirar. Coisas provocativas nos deslocam e nos oferecem novos olhares sobre o mundo à nossa volta.


Assim, é o espaço de Surama, com infinidades de CDs recortados em pequenos caquinhos onde são grudadas folhas coloridas de páginas de revista que alguém deixou de lado. Esses caquinhos coloridos pelas revistas são ajeitados poeticamente sobre uma superfície de madeira e, em um movimento lento e transformador, vão construindo histórias de mulheres negras, que vivem ou viveram tão longe, dentro de nós que somos totalmente tomadas por elas. É assim que os mundos de Surama Caggiano nos invade.
Surama tem vários mundos, espaços, histórias, segredos. Enrola fios e os transforma em cestas. Objetos que lembram nossas histórias passadas revisitadas pelo olhar contemporâneo da artista. Nada é tão de hoje, tudo carrega um passado, uma história e ao mesmo tempo respira a contemporaneidade.
Estar no ateliê de Surama é um passeio para os sentidos. Escuto sua fala e sua busca identitária entre dois mundos, o europeu e o africano, mas é no interior da Bahia que essa mulher retirou toda a sua força. Gosto de passear pelos mundos de Surama, pois eles estão sempre explodindo. Existe um eterno pulsar de energia que a faz sempre buscar algo. Acho que assim são as pessoas que transformam mundos, buscam força e energia em suas raízes, em seus ancestrais e suas histórias pessoais. Movimento contínuo de dentro para fora e de fora para dentro.

Zaíra Abreu

Dia 1º de maio Zaíra Abreu veio ao ateliê para terminar seu trabalho de pintura encáustica. Esse é o resultado. Ficou lindo. Parabéns Zaíra.

Lúcia Lombardi no ateliê

Visita gostosa, trocas de ideias e reconhecimento. Foi muito bom