Dia 9 de abril. Décimo segundo dia de viagem. Jordanelle
Reservoir
Jordanelle Reservoir é um reservatório em Wasatch County,
Utah, Estados Unidos, ao norte de Heber City. A barragem de Jordanelle foi
construída em 1995.
Durante a primavera e verão é cenário para esportes
aquáticos e pesca. Durante o inverno o lago fica totalmente congelado e para
pescar é preciso fazer um buraco no gelo.
Domingo, dia 9 fomos pescar em Jordanelle. Para chegar lá
pegamos a mesma estrada que vai para Park City. Demoramos uns 30 minutos para
chegar ao local de nossa aventura de pesca e pic-nic. David, Silvye, eu e
Charlie, o cão.
Mochilas nas costas, varas de pescar, chapéu na cabeça,
casaco quente para enfrentar o frio, montanhas nevadas atrás de nós.
Algumas com pistas de esqui. Cenário lindo. Vamos caminhando em direção ao
lago. Tenho uma sensação de déjà vú. A água está baixa, muito baixa, me lembrou
a represa de Paraibuna, SP Brasil. Quando passamos pela rodovia dos Tamoios, em
época de seca, podemos ver os pescadores lá embaixo, troncos de árvores secas
aparentes. Uma sensação de tristeza pela falta da pujança da água.
Devo confessar aqui que minha experiência em pesca é zero,
ou quase, se é que pode contar a tentativa de pesca em Scofield.
David sai na frente à procura de um local para pescar. Lá
embaixo, vejam que é bem lá embaixo. Se prestarem atenção, na margem ao lado do
tronco seco tem um grupo de pescadores, David e Charlie descem, Silvye me
explica o que eu devo fazer para uma descida segura enquanto tiro fotos. Olho
para baixo e tenho a sensação de que isso não vai funcionar, mas guardo para
mim, tudo em nome da aventura. Guardo minha máquina na sacola, e início a
descida, pé ante pé, testando o solo cheio de pedras arenosas e...claro, levo
um tombo e escorrego morro abaixo.
Tá certo, não foi tão morro abaixo, mas óbvio que caí.
Quando consigo chegar lá embaixo, David já havia testado a água e sei lá como já
sabia que não havia peixe por lá. Voltamos a subir para chegar no outro lado do
lago, onde segundo ele, tinha peixe. Para chegar ao platô fui resgatada pelo
David. Descemos para o outro lado. Quando estávamos descendo passa por nós um
coelho correndo à toda. Charlie foi atrás dele, na esperança de pegá-lo.
Boa tentativa, Charlie!
David saiu para achar os peixes e eu e Silvye nos sentamos
para nosso pic-nic, tomar vinho, dar risada e ascender a fogueira. Charlie
voltou cansado da corrida atrás do coelho. Algum tempo depois David volta
dizendo que não havia peixe e que deveríamos tentar novamente o outro lado do
lago.
Tá bom...vai que nós já vamos.
O tempo começa a mudar, começa a chover fininho e
desmontamos nosso acampamento e vamos nos encontrar com David. Venta frio,
chove. Silvye pega minha máquina e resolve tirar a minha foto de pescadora. Fake
total.
Vamos caminhando e olhando para baixo, no lago para ver se
encontramos David. Nada. O tempo vai piorando e resolvemos ir para o carro. Quando
estamos chegando no carro David está chegando pela estrada, desanimado por não
ter pescado nada. Guardamos nossas coisas no porta-malas, e Charlie se acomoda
para iniciarmos a viagem rumo a Park City comer alguma coisa. David procura sua
carteira e celular. Já estou sentada no banco de trás, Charlie já está
ressonando e David surta. No cel, no
wallet. Ele freakou, do verbo Freak(ar). Perdeu a carteira e o celular em
algum lugar na margem do lago. Ele e Silvye voltam para a represa. Charlie e eu
ficamos no carro. Charlie dorme e eu desenho.
Algum tempo depois, escuto um telefone tocar no porta-malas
do carro. Desço do carro para abrir o porta-malas e achar o celular que toca
insistentemente. Do lado direito do porta-malas tem um buraco e lá repousava
tranquilamente o celular e a carteira. Atendo o telefone: Hi David, I found the wallet and the cell phone. Como ninguém
pensou em fazer a ligação antes?
Risadas mil, fomos direto para Park City para o No Name Saloon.
Tomei uma sopa no pão deliciosa, uma taça de vinho e me
encontrei com Bufalo Bill.
Como agradecer aos amigos momentos tão marcantes?
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