Caverna de Pobe Jari
Pobe Jari foi nossa primeira caverna, o nome indígena significa
“caverna das duas bocas”. Pedro, nosso guia nos explica que ela tem um formato
de Y invertido e entramos por uma das alças. É muito emocionante entrar dentro
desse espaço único e especial. Pelo chão corre água, acendemos as luzes de
nossos celulares para saber por onde andamos. A parede da caverna parece ser meio
rosa. O salão de entrada possui uns 3 metros de altura. Beleza de um palácio feito
pela natureza. Volto meu olhar para a imensa boca de entrada e vejo o belo
quadro da natureza exuberante de diferentes verdes se contrapondo ao escuro da
caverna. Quando ilumino a parede vejo um inseto caminhar e lembro de minha
prima Flávia Pellegatti Franco que trabalha estudando bichinhos de cavernas. Penso
que seria bom estar com ela naquele lugar, assim ela iria me ajudar o olhar
aquela beleza que entra dentro da mim. Mais para o interior da caverna o teto
parece brilhar quando focamos as luzes, é o ouro
do tolo ou pirita.
Pedro propõe que desliguemos as luzes e por alguns instantes
ficamos em total silêncio no escuro compacto. Foi dessa maneira que fomos
contaminados pelo centro geodésico, no ponto equidistante entre o Atlântico e o
Pacífico, no coração da América do Sul, no interior mais profundo da caverna
Pobe Jari. Nos surpreendemos, não por ser
exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto, quando terá sido o
óbvio (Um índio – Caetano Veloso)
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