Ontem à noite, Bruna, minha
sobrinha querida, me enviou uma mensagem com uma imagem. A imagem era de uma
cadeira com assento e encosto de palhinha toda rasgada. Estilo Luís Felipe (procurei
na internet). Foi achada no lixo e ela
se apaixonou pela cadeira, acreditou que esta devia ser restaurada,
reintegrada, que merecia uma chance de uma nova vida.
“Será que o Dado se anima a
arrumar essa cadeira para nós? Ele troca a palhinha e nós lixamos e envernizamos.
”
Foi montada uma força tarefa para
recuperar a cadeira.
No mundo em que estamos vivendo
muitos podem dizer - Vale a pena? Você pode ir em loja de móveis e comprar uma
novinha. Deixa ela para lá. Vai dar muito trabalho. Muito esforço, muito tempo.
Tempo que podia estar fazendo...? Ah, é muita dedicação. Imagina como deve
estar essa cadeira encontrada no lixo. Suja, feia, maltratada.
Vale a pena sim.
Primeiro pela descoberta e o
olhar atento que fez tornar visível a cadeira invisível que morria no lixo.
Segundo pela proposta de
compartilhar – saberes, conhecimentos, momentos.
Terceiro por dar uma segunda
chance a algo e para isso não mediu esforços de recrutar ajuda de outros.
Quarto, quinto, sexto, sétimo
pelo prazer do fazer, de se esforçar e superar obstáculos.
Então, queridos amigos, aqui em
casa consertamos cadeiras pelo amor do encontro, da amizade e dos sorrisos e
acima de tudo pela paixão do fazer, refazer e restaurar.
Ana Carmen Nogueira, Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie. Graduação em Artes Plásticas. Especialista em Educação Especial com aprofundamento na área de deficiência visual e Arteterapia. Desenvolve pesquisa de pintura encáustica, ministra cursos desta técnica e atua como Arteterapeuta no Ana Carmen Nogueira Ateliê de Artes